Em 23 de novembro de 1996, o voo 961 da Ethiopian Airlines partiu de Addis Ababa, na Etiópia, com destino a Nairobi, no Quênia. A bordo do Boeing 767-200ER estavam 163 passageiros e 12 tripulantes. O voo transcorreu normalmente até que, cerca de quarenta minutos após a decolagem, os pilotos se deram conta de que haviam perdido o controle da aeronave.

Segundo os registros da caixa preta, um grupo de sequestradores tentou assumir o controle do avião, exigindo que o piloto o direcionasse para a Austrália. Os pilotos tentaram resistir e manter o controle da aeronave, mas os sequestradores acabaram por agredi-los física e verbalmente, forçando-os a ceder.

O Boeing 767 foi então direcionado para a costa do Oceano Índico, perto da Comores, onde os sequestradores ordenaram que os pilotos fizessem uma aterrissagem de emergência na água. Infelizmente, a aeronave colidiu violentamente com a superfície do mar e se partiu em pedaços, matando 125 pessoas, dentre passageiros e tripulantes.

A causa do acidente foi investigada pelas autoridades, e algumas falhas foram identificadas. A principal delas foi a falta de segurança no acesso à cabine de pilotagem. Na época, não era obrigatório que as portas da cabine de pilotagem fossem trancadas durante todo o voo. Isso permitiu que os sequestradores entrassem sem dificuldade e assumissem o controle do avião.

A partir desse trágico acidente, medidas foram tomadas para melhorar os protocolos de segurança aérea em todo o mundo. A Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO) emitiu uma nova norma em 2003, que tornou obrigatória a instalação de portas de cabine reforçadas em todas as aeronaves comerciais. Essas portas são trancadas durante todo o voo, impedindo o acesso não autorizado à cabine de pilotagem.

Além disso, o treinamento dos pilotos também foi aprimorado, com maior ênfase em técnicas de defesa pessoal e de negociação com sequestradores. A criação de equipes de segurança especializadas para lidar com situações de sequestro a bordo também se tornou uma prática comum na indústria aérea.

Em resumo, o desastre aéreo da Ethiopian Airlines em 1996 foi uma tragédia que custou muitas vidas. No entanto, da investigação desse acidente, surgiram importantes lições que levaram a melhorias significativas na segurança aérea em todo o mundo. Esperamos que nunca mais ocorram acidentes como esse, e que a indústria aérea continue aprimorando seus protocolos de segurança para garantir a segurança de todos os passageiros e tripulantes.